Coenonympha dorus
(Esper, 1782)Trata-se de uma borboleta que atinge os 36 mm de envergadura. A face superior das asas tem o fundo castanho; possui um ocelo escuro perto do ápice das asas anteriores. A face inferior das asas é mais clara; apresenta um ocelo negro de núcleo branco, bem marcado, na região apical das asas anteriores; as asas posteriores são polvilhadas de cinzento, apresentando vários ocelos negros de núcleo branco, mais pequenos, na região submarginal, sobre uma faixa esbranquiçada; presença de uma linha prateada ao longo da região marginal das asas posteriores. Fímbrias acastanhadas a esbranquiçadas. A fêmea é maior e mais clara. O corpo é negro na zona dorsal e branco na zona ventral. Olhos claros e riscados; antenas zebradas (segmentos brancos e pretos, alternados; último segmento de ponta alaranjada), claviformes. Voa de Maio a Outubro. Trata-se de uma espécie polimórfica, existindo várias raças locais. A lagarta é verde e possui riscas longitudinais mais claras. A hibernação dá-se nesta fase. A crisálida é verde, com riscas escuras nas costuras alares. O ovo é cilíndrico e levemente achatado, de cor verde clara, polvilhado de castanho. É posto de forma isolada ou em pequenas filas. Provavelmente, trata-se de uma espécie trivoltina (três gerações anuais).
Ocorre em ambientes xerotermófilos (quentes e secos), normalmente em locais pedregosos com estrato arbustivo e herbáceo (e.g. matagais quentes), até aos 1200 m de altitude. Para plantas hospedeiras utiliza várias espécies de gramíneas (Poaceae), das quais a lagarta se alimenta (e.g. Agrostis spp., Brachypodium spp., Festuca ovina).
Distribui-se pela Península Ibérica, França, Itália central e pelo norte de África. Em Portugal continental é comum no norte e no centro do território, sendo considerada rara no sul.
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