ReinoAnimalia
FiloArthropoda
ClasseInsecta
OrdemLepidoptera
FamíliaNymphalidae
Género
Espécie

Euphydryas aurinia

(Rottemburg, 1775)
Fritilária-dos-lameiros
Estatuto de Conservação: LC - Pouco Preocupante
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Trata-se de uma borboleta que atinge os 45 mm de envergadura, sendo a fêmea, geralmente, maior que o macho. A face superior das asas é variegada, de padrão axadrezado, com uma banda marginal cor-de-laranja; a face inferior também é alaranjada, no entanto, é mais clara e apresenta um padrão formado por manchas amarelo-esbranquiçadas e uma sequência submarginal de pintas negras bem marcadas. Ainda assim, esta espécie caracteriza-se pelo polimorfismo acentuado. Corpo escuro na zona dorsal e esbranquiçado na zona ventral; olhos escuros. Antenas claviformes de padrão zebrado, em que os segmentos alternam entre preto e branco, sendo o segmento terminal negro e de extremidade alaranjada. Voa de Março a Junho. A lagarta é negra e espinhosa (gregária, hiberna em grupo). Crisálida esbranquiçada com diversas marcas negras e amarelas. O ovo vai do amarelado ao vermelho-escuro. Espécie univoltina (uma única geração).

Ocorre, preferencialmente, em biótopos com alguma humidade, tais como prados húmidos, turfeiras, incultos, bermas de caminhos, ou até orlas e clareiras de florestas, em condições propícias de humidade, podendo ser encontrada até aos 1000 m de altitude. A subespécie ibérica encontra-se associada a paisagens em mosaico constituídas por áreas de floresta aberta intercaladas com prados. A lagarta alimenta-se, essencialmente, de diversas espécies de madressilva (Lonicera spp.).

Esta espécie encontra-se em declínio (20%-50%) na maioria dos países europeus. No entanto, em Portugal continental ocorre de forma muito dispersa e apresenta populações numerosas, aparentemente estáveis. Ainda assim, parece estar em declínio nas áreas urbanas e no litoral do país, onde existe maior pressão antrópica.

> Perda/fragmentação dos habitats de alimentação e reprodução (e.g. substituição da vegetação autóctone para instalação de monoculturas extensivas de espécies exóticas)
> Incêndios florestais
> Drenagem e aterro de zonas húmidas
> Intensificação da agricultura e utilização de agroquímicos
> Pastoreio intensivo
> Corte da vegetação durante o período de desenvolvimento larvar
Trata-se da única espécie de borboleta existente em Portugal que se encontra protegida pela Directiva Habitats (Anexo II). Também se encontra listada no Anexo II da Convenção de Berna (Convenção sobre a Vida Selvagem e os Habitats Naturais na Europa).

> Protecção/conservação dos habitats de alimentação e reprodução (e.g. assegurar o mosaico de habitats, manter os prados húmidos e as margens dos campos com arbustos e sebes, etc.)
> Incentivo da agricultura extensiva
> Privilegiar o pastoreio extensivo
> Controlo da introdução de espécies vegetais exóticas e erradicação das populações já introduzidas
> Promoção da monitorização da espécie a longo prazo
> Prevenção de incêndios florestais
> Promoção de estudos acerca da distribuição actual da espécie
> Realização de campanhas de informação e sensibilização relativas à conservação da espécie
Eurodryas aurinia, Hypodryas aurinia, Occidryas aurinia, Papilio merope, Melitaea beckeri, M. debilis, M. glaciegenita, M. merope, M. provincialis, M. valentini
Mais sobre esta espécie nas ligações seguintes:
Plano Sectorial da Rede Natura 2000 - Fichas de caracterização e gestão das espécies de Invertebrados
Disponível no portal do ICNF
Fauna Europaea | All European Animal Species Online
Distribuição da Euphydryas aurinia
Autor: Eunice Venâncio
Descrição Habitat Distribuição Multimédia Ameaças Conservação Sinonímias