Hilaphura varipes
(Waltl, 1837)Trata-se de uma cigarra de aspecto robusto, com cerca de 27 mm de comprimento, com coloração predominantemente preta e amarela. As asas são hialinas com nervuras avermelhadas na parte anterior, e dispõem-se em forma de telhado sobre o abdómen. Apresenta dorsalmente 4 manchas amarelas no tórax e um colar amarelo. O tórax e a cabeça podem apresentar alguma pilosidade. Ventralmente domina a cor amarela e sobressaem os dois grandes opérculos redondos, também eles amarelos. Os adultos emergem no final de Maio e em Junho. As ninfas alimentam-se da seiva bruta das raízes no subsolo e estima-se que o ciclo de vida totalize 3 anos. Apenas os machos adultos produzem som de chamamento, sendo este utilizado para atrair as fêmeas para o acasalamento. O som com 8-9 kHz de frequência dominante é detectável a vários metros de distância, tendo um tom metálico marcado, assemelhando-se ao grasnar de um pato.
O habitat é tipicamente Mediterrânico. Os machos cantam preferencialmente em campos abertos, em estrato herbáceo ou arbustivo. Não se encontra em zonas densamente arborizadas. Ao contrário das espécies mais comuns de cigarra que cantam durante horas no mesmo local, esta cigarra emite chamamentos curtos por 5 a 10 min. e desloca-se com frequência no seu habitat. O chamamento de um macho desencadeia o chamamento de outros machos nas proximidades.
Espécie com ocorrência rara em Portugal continental e populações de tamanho reduzido. Tem distribuição reportada nas regiões do Alentejo, Algarve e área metropolitana de Lisboa. A espécie está apenas confirmada para a Península Ibérica, estando presente em Espanha em maior abundância, sobretudo na região sul.