Ischnura hastata
Say, 1839Trata-se de uma pequena libelinha que não ultrapassa os 27 mm de comprimento. O macho é claro, com olhos esverdeados e corpo cor-de-areia, de tonalidade citrina. Na zona dorsal do tórax destacam-se três faixas pretas, longitudinais. No abdómen apresenta pequenas manchas negras, distribuídas longitudinalmente ao longo dos segmentos abdominais. As patas são claras, esbranquiçadas, com uma pequena risca negra nos fémures. A fêmea é cor-de-laranja com olhos acastanhados, escurecendo à medida que amadurece. Apresenta uma faixa negra no centro da zona dorsal torácica. Na zona dorsal do abdómen exibe longas marcas negras a partir do segmento S5, ausentes entre S1 e S4. Existem exemplares femininos com uma coloração cinzenta-esbranquiçada pruinosa. As patas são claras, alaranjadas. Ambos os sexos têm as asas curtas e transparentes. Os pterostigmas são bastante característicos: no macho, os das asas anteriores não tocam na nervura costal, são arredondados, laranja-avermelhados e têm contorno amarelo; os das asas posteriores são muito curtos e negros. Na fêmea, são acinzentados em ambos os pares de asas. Voa de Maio a Agosto.
Atenção! Em Portugal, nomeadamente, no arquipélago dos Açores, nunca foram observados machos desta espécie. As populações existentes em território português são única e exclusivamente constituídas por fêmeas que se reproduzem de forma assexuada, por partenogénese. Trata-se de um fenómeno único no mundo dentro da ordem Odonata!
Ocorre em sistemas lênticos (e.g. lagoas, lagos, charcos) com abundante vegetação aquática, mas nunca em corpos de água eutrofizados.
Observação: em Portugal, esta espécie é considerada um excelente bioindicador da qualidade da água, uma vez que ocorre apenas em biótopos oligotróficos.
Em Portugal ocorre, exclusivamente, no arquipélago dos Açores, até aos 1000 metros de altitude, tendo como única excepção a ilha da Graciosa, onde nunca foi observada.
Observação: nunca foram observados machos desta espécie no arquipélago dos Açores. Todos os exemplares até agora observados foram fêmeas, que se reproduzem assexuadamente, através de partenogénese.