Lasiommata megera
(Linnaeus, 1767)Trata-se de uma borboleta que atinge os 50 mm de envergadura. A face superior das asas é cor-de-laranja com desenhos castanho-escuros; nas asas anteriores apresenta um ocelo negro apical e nas asas posteriores exibe quatro ocelos pretos, mais pequenos. A face inferior das asas é mais clara; apresenta um ocelo negro apical orlado de amarelo pálido nas asas anteriores, enquanto que nas asas posteriores exibe uma sequência de vários ocelos pretos, mais pequenos, com orlas alaranjadas, e uma padrão de linhas acastanhadas sobre um fundo cinza. O corpo é negro na zona superior e esbranquiçado na zona inferior. As antenas são claviformes de padrão zebrado, em que os segmentos alternam entre preto e branco, sendo o segmento terminal negro de extremidade alaranjada. A fêmea é um pouco maior e mais clara. O adulto pode ver-se durante todo o ano. O ovo é branco ou amarelo, com estrias longitudinais e transversais. A lagarta é verde e pubescente (possui pelos finos e curtos, esbranquiçados). É diurna quando jovem e crepuscular ou nocturna no fim do crescimento. A hibernação dá-se nesta fase. A crisálida é verde, com pintas dorsais amarelas. Espécie trivoltina (podem existir até três gerações anuais).
Ocorre em diversos tipos de habitat, preferindo as encostas quentes, secas e solarengas, prados soalheiros, orlas e bermas de caminhos e áreas ruderais, até aos 1200 m de altitude. Para plantas hospedeiras utiliza várias espécies de gramíneas (Poaceae), das quais a lagarta se alimenta (e.g. Brachypodium spp., Bromus spp., Dactylis spp., Festuca spp., Poa spp.).
É uma espécie muito frequente em Portugal e com populações bem estabelecidas. Ocorre um pouco por todo o país.
> Áreas agrícolas de exploração intensiva