Tettigettalna josei
(Boulard,1982)De pequenas dimensões (em média 19 mm), com asas hialianas e que repousam em forma de telhado sobre o abdómen. Estima-se que o ciclo de vida seja de cerca de 3 anos. Os acasalamentos ocorrem em Junho, Julho e Agosto, quando emergem os adultos. Os machos emitem chamamentos audíveis a pequena distância e fazem voos curtos frequentes. O canto tem um padrão de som contínuo com 16 kHz como frequência dominante, terminando numa pequena sequência com modulação de amplitude que lembra o som de um fecho-éclair. A fêmea não produz som, mas anuncia a sua presença ao macho por batimentos de asas (“wing-flicks”). A fêmea deposita os ovos na vegetação e quando as ninfas eclodem, enterram-se no subsolo onde se desenvolvem alimentando-se da seiva bruta das raízes. Todos os adultos morrem no final da época de acasalamento.
Ocorre em habitats abertos com coberto vegetal arbustivo natural (pequenos arbustos perenes, gramíneas e outras herbáceas). Frequente em terrenos baldios, bermas de estradas, mas também no coberto vegetal em pomares e zonas periurbanas, desde que expostos ao sol. A coloração dominantemente castanha permite uma boa camuflagem na vegetação maioritariamente seca. Canta preferencialmente em estrato arbustivo (0,5 a 1 m altura) mas por vezes também em pinheiros, figueiras ou outras árvores, a uma altura do solo que geralmente não excede 4 m. O arbusto perene táveda (Dittrichia viscosa) é presença habitual no habitat desta cigarra e sobre o qual os machos cantam com grande frequência.
A espécie é endémica da Península Ibérica, com distribuição limitada à região sul. Foi recentemente detectada no Alentejo, no sul do concelho de Odemira, e pontualmente em Espanha, na província de Huelva, mas é no Algarve que esta cigarra se encontra amplamente distribuída. A espécie ocorre por toda a zona costeira e ao longo da estrada national EN125 que atravessa a região, sendo mais abundante no Barlavento Algarvio.
> Incêndios no Verão e Outono
> As ninfas no subsolo podem ser afectadas ao longo de todo o ano por práticas de cultivo que movimentem os solos ou que reduzam o alimento disponível
> A remoção do coberto vegetal natural no Verão e Outono afecta a actividade dos adultos e pode comprometer a viabilidade das posturas
> O impacto do uso de pesticidas nas ninfas e adultos desta espécie não é conhecido