Tettigettalna mariae
(Quartau & Boulard 1995)Embora tendencialmente maior e mais escura que Tettigettalna argentata, esta espécie dificilmente se distingue morfológica e geneticamente da anterior, partilhando frequentemente os mesmos habitats. Tem, em média, 24 mm de comprimento e asas hialianas que repousam em forma de telhado sobre o abdómen. O canto é distinto, permitindo a rápida diagnose dos espécimenes macho. É composto por vários pulsos com 12 kHz de frequência dominante e intercalados de pausas, tornando-se estas mais curtas no final. Os adultos emergem e reproduzem-se em Junho, Julho e Agosto. A fêmea não produz som e deposita os ovos em troncos. As ninfas desenvolvem-se no subsolo, alimentando-se da seiva bruta das raízes. Estima-se que o ciclo de vida totalize 3 anos.
Ocorre em habitats abertos com boa exposição solar. Os machos podem cantar em estrato arbustivo ou arbóreo, frequentemente em pinheiro-manso, mas também em oliveira, laranjeira, pinheiro-bravo, amendoeira ou mesmo acácia. Persiste em pequenas manchas florestais, terrenos agrícolas com árvores de fruto, e nos pinheiros-mansos de alguns jardins e campos de golfe.
Espécie endémica da Península Ibérica, com distribuição fragmentada e restrita à zona litoral do Algarve, entre Sesmarias e Faro, e à província de Huelva, em Espanha. As populações mais numerosas foram detectadas em Espanha. No Algarve a espécie parece sofrer com a perda de habitat devido à pressão urbanística, particularmente na Quinta do Lago e Vale do Lobo. A sua presença em Castro Marim foi reportada nos anos 90, mas os censos mais recentes de 2011-2013 não confirmaram a sua presença no local, podendo tratar-se de uma extinção local recente.
> Ao longo do ano, as ninfas no subsolo podem ser afectadas por práticas de cultivo que movimentem os solos em profundidade ou que reduzam o alimento disponível
> Evitar a impermeabilização ou mobilização profunda dos solos junto aos troncos das árvores