Vanessa cardui
(Linnaeus, 1758)Trata-se de uma borboleta que atinge os 70 mm de envergadura. A face superior das asas tem fundo laranja-acastanhado com várias manchas castanho-escuras, sendo que nas asas anteriores existe uma sufusão negra na zona apical, preenchida por pintas brancas; as asas posteriores apresentam uma sequência de pontos e marcas negras na zona marginal. A face inferior das asas é matizada, com um padrão que faz lembrar um mapa, destacando-se quatro ocelos escuros submarginais, em cada asa posterior. A fêmea é maior que o macho. O corpo é acastanhado; olhos castanhos. Antenas claviformes de padrão zebrado, em que os segmentos alternam entre preto e branco, sendo o segmento terminal negro com uma pinta branca na extremidade. Patas esbranquiçadas. Voa de Março a Outubro. Ovo verde e estriado verticalmente. Lagarta bastante espinhosa, vai do preto ao acastanhado, com uma banda amarelada nos flancos. Crisálida acastanhada. Espécie bi ou trivoltina (duas ou três gerações anuais). Parece haver diapausa estival, que em Portugal é mais acentuada na região do Algarve.
É uma espécie generalista, podendo ocorrer numa grande variedade de habitats, preferencialmente, em locais abertos, floridos e soalheiros, tais como em prados, orlas dos bosques, áreas ruderais, dunas ou mesmo em jardins urbanos, até aos 2000 m de altitude. Para hospedeiras recorre, preferencialmente, a vários tipos de plantas compostas (Asteraceae), sobretudo a diversas espécies de cardo (Carduus spp., Cirsium spp., Onopordum spp.), cujas folhas utiliza para depositar os ovos e das quais as lagartas se alimentam.
Espécie cosmopolita, migradora na Europa, que em Portugal continental é bastante comum, ocorrendo em todo o território. Durante as migrações provenientes do continente Africano, as populações do sul do país aumentam significativamente. Também ocorre nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.