Phoenicurus ochruros
(Gmelin, 1774)Trata-se de um passeriforme de pequeno porte, com cerca de 14 cm de comprimento. O macho tem uma plumagem preto-acinzentada (de tonalidade grafite), sendo mais escuro na face, garganta e no peito, e mais claro na testa, nuca e no dorso. Apresenta também uma mancha alar de cor branca, bastante distinta. A cauda é notoriamente ruiva/alaranjada, característica que está na origem do seu nome vulgar. O bico é fino e negro, tal como as patas. Tanto a fêmea, como os juvenis, têm uma plumagem acastanhada, sendo que a fêmea é mais escura na zona dorsal e mais clara na zona ventral, enquanto que os juvenis são um pouco mais listrados. Na fêmea, a cauda apresenta uma tonalidade laranja mais pálida. Esta espécie apresenta um comportamento muito característico, que se traduz num repetido tremer de cauda.
Ocorre numa grande variedade de habitats, preferencialmente em zonas e afloramentos rochosos, tais como arribas costeiras, mas também em clareiras de florestas, montados, áreas agrícolas e povoações ou outras zonas habitadas. Nidificam em cavidades dos mais variados tipos, desde buracos em escarpas até construções humanas, ou até mesmo, no interior dos mais variados objectos.
Em Portugal continental, é mais comum a norte do rio Tejo, sendo muito frequente em povoações do centro e norte do país. Também ocorre no sul, embora com menos frequência, preferindo, neste caso, as arribas costeiras do litoral ou, de forma localizada, as zonas escarpadas do interior (Serra de São Mamede). Durante o Inverno dispersa-se pelo território nacional, surgindo um pouco por todo o país (incluindo em zonas onde não nidifica).
Previsão do impacte das alterações climáticas sobre a área de distribuição potencial do Phoenicurus ochruros na Península Ibérica, até ao ano de 2080 (clicar na imagem para ver em maior resolução).
O clima futuro foi caracterizado com base em três diferentes cenários de emissões (Araújo et al., 2012):
> o BAMBU tem como base a extrapolação das políticas europeias actuais para o futuro. Prevê a adopção de algumas medidas de mitigação das alterações climáticas.
> o GRAS pressupõe que a Europa incrementa a tendência de liberalização, desregularização e globalização dos mercados. Prevê a adaptação da sociedade às alterações do clima em detrimento da sua mitigação. As políticas de sustentabilidade são consideradas um sinónimo de crescimento económico.
> o SEDG pressupõe a integração de políticas ambientais, sociais, institucionais e económicas num contexto de sustentabilidade. É um cenário normativo que parte do pressuposto que as políticas são definidas com vista à obtenção de objectivos concretos.