Lynx pardinus
(Temminck, 1827)Felídeo de porte médio (comprimento até 110 cm; peso de 12-15 kg o macho e 9-10 kg a fêmea), com pelagem amarelo-acastanhada marcada com pintas negras (tamanho e forma variável). Na face destacam-se os tufos de pêlo que formam umas barbas brancas e negras pontiagudas, assim como as orelhas triangulares na ponta das quais sobressai um tufo afilado de pêlos negros. Os membros são relativamente longos e robustos. A cauda é curta e manchada de preto na ponta.
Ocorre em bosques, matagais e matos densos com características tipicamente mediterrânicas. O seu território pode ser descrito como um mosaico, onde se intercalam zonas mais fechadas (e.g. matagal, bosques) com outras mais abertas (e.g. pastagens). Evitam habitats artificializados.
Espécie endémica da Península Ibérica. Em Portugal (dados de 1987 a 1996) distribuía-se de uma forma muito fragmentada nalgumas áreas do centro e sul do país, nomeadamente na Serra da Malcata, Serra de São Mamede, Vale do Guadiana, Vale do Sado e Algarve-Odemira. Actualmente, em Portugal continental, contam-se mais de 260 de indivíduos em estado selvagem, contando com exemplares reintroduzidos e com os indivíduos já nascidos no Parque Natural do Vale do Guadiana.
> Diminuição das populações de Coelho-bravo (presa principal)
> Atropelamento
> Caça ilegal
> Recuperação das populações de Coelho-bravo
> Reintrodução da espécie
> Acções de sensibilização e divulgação
Previsão do impacte das alterações climáticas sobre a área de distribuição potencial do Lynx pardinus na Península Ibérica, até ao ano de 2080 (clicar na imagem para ver em maior resolução).
O clima futuro foi caracterizado com base em três diferentes cenários de emissões (Araújo et al., 2012):
> o BAMBU tem como base a extrapolação das políticas europeias actuais para o futuro. Prevê a adopção de algumas medidas de mitigação das alterações climáticas.
> o GRAS pressupõe que a Europa incrementa a tendência de liberalização, desregularização e globalização dos mercados. Prevê a adaptação da sociedade às alterações do clima em detrimento da sua mitigação. As políticas de sustentabilidade são consideradas um sinónimo de crescimento económico.
> o SEDG pressupõe a integração de políticas ambientais, sociais, institucionais e económicas num contexto de sustentabilidade. É um cenário normativo que parte do pressuposto que as políticas são definidas com vista à obtenção de objectivos concretos.