Glaucopsyche melanops
(Boisduval, 1828)Trata-se de uma borboleta que atinge os 28 mm de envergadura. O macho tem a face superior das asas de tom azul-violáceo, enquanto que a fêmea as tem de uma tonalidade mais acastanhada; ambos apresentam os bordos marginais escuros e fímbrias esbranquiçadas, entrecortadas por marcas escuras. A face inferior das asas é cinzento-acastanhada, com ocelos negros dispersos, orlados a branco, um pouco maiores nas asas anteriores (existem casos em que poderão estar ausentes). Na face inferior das asas anteriores, junto à margem, possuem marcas mais escuras, características da espécie. Coloração azul-metalizada na zona basal. Corpo azulado, olhos pretos e antenas claviformes de padrão zebrado, em que os segmentos alternam entre preto e branco, sendo o segmento terminal negro. Voa de Março a Julho. A lagarta varia entre o esverdeado e o acastanhado, é pubescente, e exibe uma faixa mais escura na linha médio-dorsal. Espécie univoltina.
Trata-se de uma espécie pouco exigente, de grande plasticidade ecológica, que ocorre em diversos tipos de habitat, tais como clareira de bosques, matos mediterrânicos ou bermas de caminhos, até aos 1600 m de altitude. A lagarta alimenta-se das inflorescências de uma grande variedade de leguminosas (e.g. Cytisus spp., Dorycnium spp., Genista spp., Lotus spp., Ononis spp., etc.), sendo frequente associar-se a formigas.
Em Portugal continental é frequente, estando bastante dispersa pelo território nacional. Ainda assim, é menos frequente no sul do país.