Lampides boeticus
(Linnaeus, 1767)Trata-se de uma borboleta que atinge os 35 mm de envergadura. As faces superiores das asas são de um tom azul-violáceo (mais pronunciado na fêmea) e apresentam bordas marginais escuras e fímbrias brancas; na região anal de cada asa posterior destacam-se dois ocelos negros, orlados a branco. A face inferior das asas apresenta um padrão tigrado, alternando bandas acastanhadas com outras mais claras. Nas asas posteriores observa-se uma banda clara, mais larga que as restantes, na região pós-mediana; na região anal de cada asa posterior destacam-se dois ocelos negros, orlados por uma mancha laranja na parte superior e por uma fina banda prateada na parte inferior; cada asa posterior termina num apêndice filiforme, junto aos ocelos, formando uma cauda. O corpo é azul-escuro na zona dorsal e esbranquiçado na zona ventral; olhos pretos; antenas claviformes de padrão zebrado, em que os segmentos alternam entre preto e branco, sendo o segmento terminal negro, de ponta alaranjada. Voa de Março a Dezembro. Inicialmente, a lagarta é amarelo-esverdeada, evoluindo posteriormente para tonalidades acastanhadas; apresenta uma linha longitudinal avermelhada. A crisálida é lisa e arredondada, creme ou castanha-clara, com uma linha médio-dorsal escura. Os ovos são brancos-esverdeados e são depositados nos botões florais das plantas hospedeiras. Espécie trivoltina (três gerações), podendo hibernar no estado de ovo, lagarta ou crisálida.
Ocorre em vários tipos de habitat (e.g. clareiras de bosques, campos de cultivo, parques e jardins urbanos), preferindo locais quentes, até aos 1000 m de altitude. Para plantas hospedeiras escolhe diferentes espécies de leguminosas (Fabaceae), das quais a lagarta se alimenta. Trata-se de uma espécie migratória, que pratica hill-topping.
Em Portugal continental encontra-se bem distribuída, ocorrendo ao longo de todo o território nacional. Também está presente nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.