Hydrobates monteiroi
(Bolton, A.L. Smith, E. Gomez-Diaz, V.L. Friesen, R. Medeiros, J. Bried, J.L. Roscales & R.W. Furness, 2008)Trata-se de uma espécie endémica do arquipélago dos Açores. Foi descrita como uma nova espécie para a ciência em 2008 e separada do painho-da-Madeira pelas diferenças na morfologia, genética, vocalizações e fase do ciclo reprodutor. É uma ave de pequenas dimensões, com cerca de 20 cm de comprimento e 45 cm de envergadura. O peso varia entre os 35 e os 60 g. A plumagem é castanho-escura com uma faixa branca no uropígio. O bico, os tarsos e as patas são pretos. A cauda é levemente bifurcada. Emite cantos característicos ao anoitecer, tanto em voo como no ninho. Tem posturas assíncronas de um único ovo, sem reposição em caso de perda. Ambos os membros do casal participam na incubação e cuidados à descendência.
Nidifica em ilhéus e falésias inacessíveis de certas ilhas, entre Março e meados de Agosto/Outubro. Os ninhos localizam-se em fendas e cavidades naturais vulcânicas. No ilhéu da Praia (principal colónia de nidificação) a maior parte da população reproduz-se em ninhos artificiais que, por vezes, podem ser partilhados, por um curto período de tempo, com o painho-da-Madeira (espécie simpátrica). A dieta e o comportamento no mar são muito pouco conhecidos. Num estudo recente foi demonstrada a existência de segregação sexual na procura de recursos alimentares (machos e fêmeas alimentam-se em zonas distintas do oceano, possivelmente para reduzir a competição intra-específica) durante a época de nidificação de 2013. Contudo, este comportamento pode variar anualmente em função de variáveis ambientais. Possivelmente, alimenta-se de pequenos peixes pelágicos, crustáceos e cefalópodes.
Espécie endémica do arquipélago dos Açores. Nidifica, exclusivamente, nos ilhéus da Praia, Baixo e Baleia (Graciosa), nos ilhéus da Alagoa (Flores) e provavelmente na ilha do Corvo. A estimativa populacional é de apenas 328 a 378 casais, com o ilhéu da Praia a albergar a maior população reprodutora (178 casais) do arquipélago. Não realiza migrações. Possivelmente, permanece em águas açorianas durante todo o ano.
> Competição por habitat de nidificação com outras espécies de maior porte
> Poluição marinha (probabilidade de ingestão)
> Monitorização do impacte dos predadores nativos sobre a espécie
> Construção de ninhos artificiais (assegurar habitat de nidificação)
> Definição de áreas protegidas, de zonas de protecção especial e de áreas importantes para as aves no mar
> Acções de sensibilização sobre o impacto do plástico e do lixo em geral nas comunidades de aves marinhas