Recurvirostra avosetta
L.Ave limícola (até 77 cm de envergadura e 46 cm de comprimento) que se distingue facilmente pelas seguintes características: pernas longas, bico fino, preto e longo (8 cm), visivelmente recurvado para cima. A plumagem é branca com manchas pretas e as longas pernas são de um azul-pálido. Apresenta um dimorfismo sexual ténue: os machos têm bico maior e marcas pretas na cabeça; as fêmeas têm um bico mais curto e marcas da cabeça indefinidas, com matizes acastanhados. Os juvenis exibem zonas brancas manchadas de castanho e as pernas cinzento-azuladas. Comportamento: voa com batimentos bastante rápidos e nada, ocasionalmente, alçando o rabo. Espécie colonial, ocasionalmente solitária. Acasalamento monogâmico. Nidifica no chão, numa cova parcial ou totalmente coberta, perto da água. Trata-se de uma ave barulhenta e inquieta, sendo que a sua vocalização é um curto som flauteado, bem audível a distância.
Espécie limícola, confinada a águas pouco profundas, doces ou salobras, costeiras, de substrato formado por sedimentos brandos, ricos em invertebrados aquáticos, dos quais se alimenta. Pode ser encontrada em lagoas, estuários, salinas ou barragens. Ocasionalmente observada em águas doces interiores.
Espécie migradora da Região Paleártica que inverna na região mediterrânica e em África. Em Portugal continental pode ser encontrada de Outubro a Março, sobretudo nos estuários do Tejo e do Sado. Existe uma pequena população nidificante no sotavento algarvio (Ria Formosa e Reserva de Castro Marim, durante todo o ano). Ocasionalmente, pode ocorrer nas zonas húmidas do Barlavento (Lagoa dos Salgados e do estuário do Arade).
> Perda ou degradação do habitat (e.g. abandono ou degradação de salinas, transformação de salinas em aquacultura marinhas)
> Pressão urbanística e turística da zona litoral
> Poluição da água
> Colisão com linhas aéreas de transporte de energia
> Instalação de parques eólicos (mortalidade por colisão)
> Manter a presença de população invernante no país.
> Promover a continuidade das rotas migratórias.
> Conservar as zonas de nidificação/alimentação/invernada
> Restaurar e manter os complexos de salinas utilizados pela espécie
> Controlo da perturbação humana condicionando a expansão urbano-turística
> Manter e melhorar a qualidade da água pelo tratamento eficaz das descargas de efluentes
> Proibir a instalação de linhas eléctricas de transporte de energia nas áreas mais importantes para a espécie
> Condicionar a instalação de parques eólicos nas áreas mais importantes para a migração e dispersão da espécie
> Elaborar os planos de gestão/ordenamento dos locais de que a espécie depende
> Promover estudos sobre aspectos básicos da biologia da espécie
> Monitorizar os efectivos populacionais.