Adenocarpus complicatus
(L.) J. Gay in DurieuArbusto perenifólio de até 3 m de altura, de cor verde-pálido. Caules: muito ramificados, esverdeados, estriados longitudinalmente; ramos jovens pouco folhosos variando de glabros a vilosos, intrincados. Folhas: trifoliadas, por vezes fasciculadas, com estípulas triangulares, acuminadas; folíolos até 13 x 4 mm, ovados ou estreitamente elípticos, geralmente obtusos, glabros na página superior e pubescentes na página inferior, pecíolo de até 7 mm, pubescente ou tomentoso. Inflorescências: flores (mais de 7) amarelas agrupadas em espigas geralmente laxas, e com uma bráctea escariosa, caduca, de corola papilionácea, com estandarte de 10 a 14 mm de comprimento, seríceo no dorso, cálice campanulado, bilabiado (o lábio superior 2-fendido, mais curto que o inferior e este, 3-fendido), com 5 a 8 mm, pubescente, com ou sem glândulas estipitadas, 2 bractéolas caducas; androceu com 10 estames monadelfos, com filetes alternadamente curtos, com anteras basifixas, e longos, com anteras dorsifixas; gineceu com ovário sentado, glabro, com numerosas glândulas, estilete cilíndrico, arqueado e estigma capitado, extrorso. Fruto: vagem glabra ou vilosa, com abundantes glândulas estipitadas, com cerca de 30 mm de comprimento, e contendo 3 a 8 sementes ovóides, verde-escuras a castanhas. Floresce de Maio a Agosto.
Trata-se de uma espécie ruderal que ocorre em matos, matagais, orlas dos bosques e baldios, sob influência continental, em solos profundos e ácidos, desde o nível do mar até aos 1500 m de altitude.
Distribui-se pela região mediterrânica e pelo sudoeste europeu. Em Portugal continental ocorre do Alto Alentejo a Trás-os-montes, sobretudo no interior do território. Ocorre de forma natural no arquipélago da Madeira.