ReinoPlantae
DivisãoMagnoliophyta (Angiospermae)
ClasseMagnoliopsida
OrdemFabales
FamíliaFabaceae
Género
Espécie

Ceratonia siliqua

L.
Alfarrobeira, figueira-do-egipto, fava-rica, fruto-de-pitágoras
Estatuto de Conservação: NE - Não Avaliado
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Fanerófito. Árvore perenifólia (folha persistente) de copa ampla, densa, mais ou menos oval, com ramos horizontais, que pode atingir os 10 m de altura. Tronco: irregular, com casca lisa, castanho-acinzentada. Folhas: alternas, com 1 a 5 pares de folíolos ovados a elípticos, coriáceos, de margem inteira e ondulada; são verde-escuras e lustrosas na página superior, e de um verde mais pálido, mate, na página inferior. Flores: muito pequenas, agrupadas em cachos que brotam dos troncos e ramos; corola ausente; cálice composto por 5 sépalas esverdeadas ou avermelhadas. Trata-se de uma espécie dióica: as flores são, geralmente, unissexuais; flores masculinas e femininas em árvores diferentes. Fruto: vagem com 10 a 25 cm, achatada, ligeiramente arqueada, carnuda, verde em jovem e quase negra (castanho-violácea) quando madura; indeiscente, tem 10 a 16 sementes. É vulgarmente conhecido pelo nome de “alfarroba”. Floresce desde o Verão até meados do Outono, em simultâneo com a maturação dos frutos do ano anterior.

Observações: trata-se de uma planta com grande interesse gastronómico (o fruto – alfarroba – é comestível e usado no fabrico de diversos produtos alimentares: farinha para doçaria, pão, sucedâneo do cacau para fabrico de chocolate, ração animal, licores e xaropes, etc.; a goma da semente é usada como espessante alimentar), medicinal (e.g. a polpa de alfarroba é usada no tratamento de diarreias, vómitos, gastrites, gastrointerites e úlcera gastroduodental; a goma da semente é usada como laxante, em tratamentos de obesidade, diabetes, hipercolesterolemia e prevenção da arteriosclerose) e industrial (goma usada na industria cosmética, têxtil e no fabrico de papel).

Trata-se de uma espécie espontânea ou subespontânea, típica de matagais esclerófilos mediterrânicos. Ocorre em regiões quentes com invernos amenos, preferencialmente em locais ensolarados, sobre solos pobres, básicos e pedregosos (ainda assim, tolera solos argilosos e arenosos). Também é cultivada em pomares de sequeiro (alfarrobais) e plantada como árvore ornamental. Resiste bem à seca e ao calor, mas não tolera o encharcamento.

Distribui-se ao longo da região Mediterrânica, desde o Egipto à Grécia, sul da Europa e Macaronésia (Ilhas Canárias). Em Portugal continental distribui-se pelo sul do território: ocorre no Alentejo e, sobretudo, no Algarve, região onde é largamente cultivada. Foi introduzida no arquipélago da Madeira.

Onde se pode encontrar:

REGISTO DE OBSERVAÇÕES ENVIADAS PELOS UTILIZADORES DO MUSEU VIRTUAL DA BIODIVERSIDADE

Mais sobre esta espécie nas ligações seguintes:
Ver descrição detalhada na Flora iberica (1986-2012)
MITRA nature | ICAAM - Universidade de Évora
Biodiversidade da Herdade da Mitra
Flora-On: Flora de Portugal Interactiva (2014) | Sociedade Portuguesa de Botânica.
Ficha da Ceratonia siliqua
A goma de Ceratonia siliqua L. na tecnologia dos medicamentos.
Rebelo (1988)
The ecological status of the carob‐tree (Ceratonia siliqua, Leguminosae) in the Mediterranean.
Laca & Mabberley (2004)
Analysis of genetic diversity in Portuguese Ceratonia siliqua L. cultivars using RAPD and AFLP markers.
Barracosa, Lima & Cravador (2008)
Ceratonia siliqua L. hydroethanolic extract obtained by ultrasonication: antioxidant activity, phenolic compounds profile and effects in yogurts functionalized with their free and microencapsulated forms.
Rached et al. (2016)
Avaliação do potencial bioativo de produtos de alfarrobeira, Ceratonia siliqua L.
Duarte (2018)
Autor: David Germano
Descrição Habitat Distribuição Observações Multimédia