ReinoPlantae
DivisãoMagnoliophyta (Angiospermae)
ClasseMagnoliopsida
OrdemFagales
FamíliaFagaceae
Género
Espécie

Quercus × marianica

C. Vicioso 1950
Carvalho-das-marianicas, carvalho-marianico
Estatuto de Conservação: VU - Vulnerável
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Espécie híbrida resultante do cruzamento entre Quercus canariensis (carvalho-de-monchique) e Quercus broteroi (carvalho-cerquinho), espécies parentais.

Árvore elevada. Folhas: de tamanho variável (> 5 < 13 cm.), progressivamente obovadas até ao ápice, atenuadas na base, crenado-serradas planas, com 8-11 pares de nervuras laterais paralelas e salientes, na página inferior; glabrescentes a pubescentes na face abaxial com tomento duplo, formado por tricomas estrelados de raios compridos (>180 µm) aplicados, podendo apresentar (mais raramente) o indumento flocoso (como algodão), característico de Q. canariensis, prontamente caduco.

Nota: Táxone descrito por Vicioso (1950), com exemplares de Aracena e Fuencaliente. A diagnose desta hibri-espécie, feita por Vasconcellos & Franco (1954) e assumida prontamente como o táxon dominante no sudoeste português, face a Q. canariensis, levou a várias reinterpretações do bosques marcescentes nativos do sudoeste português (Vila-Viçosa, 2012), onde se equaciona a extinção da espécie parental (Q. canariensis). Contudo estudos posteriores (Vila-Viçosa et al. 2015), permitiram diagnosticar a presença de ambos em território nacional, segregando as duas associações florestais presentes no território, com base em estudos morfológicos e critérios sinecológicos.

Espécie preferencialmente silicícola, pode ocorrer em calcários lixiviados, em áreas muito chuvosas. Assume posição climatófila em áreas hiperoceânicas com precipitação oculta estival ou em ombrótipos sub-húmido superior a húmido em áreas euoceânicas, podendo nessas áreas ocorrer em posição tempori-higrófila em matrizes de bosques de Quercus perenifóflios.

Óptimo nas serras algarvias e no sudoeste alentejano, podendo ocorrer na bacia do Tejo-Sado e nas serras calcárias do centro-oeste, em matrizes de bosques potenciais marcescentes.

Onde se pode encontrar:
> Destruição dos carvalhais
> Corte para madeira
> Substituição das áreas potenciais por floresta de produção (e.g. pinheiro, eucalipto)
> Fogo
> Reprodução em viveiro e plantação
> Promoção e favorecimento da regeneração natural
> Promoção da dinâmica serial
> Promoção de bosques (sobreirais e carvalhais) e matos pré-florestais (medronhais e carrascais)
> Gestão das orlas herbáceas e arbustivas
Mais sobre esta espécie nas ligações seguintes:
Lectótipo do Quercus marianica
Herbário do Real Jardim Botânico de Madrid
Os carvalhais marcescentes do Centro e Sul de Portugal - estudo e conservação
Vila-Viçosa (2012)
Taxonomic peculiarities of marcescent oaks (Quercus, Fagaceae) in southern Portugal.
Vila-Viçosa (2014)
Chemical variations in Quercus pollen as a tool for taxonomic identification: Implications for long‐term ecological and biogeographical research.
Muthreich et al. (2019)
Autor: Carlos Vila-Viçosa
Descrição Habitat Distribuição Ameaças Conservação