Blanus mariae
Albert & Fernández, 2009Espécie reconhecida recentemente, estando anteriormente integrada na congénere Blanus cinereus (cobra-cega). A distinção entre B. mariae e B. cinereus só é possível através da análise de marcadores genéticos. No que toca à morfologia externa, trata-se de um réptil com aspecto vermiforme e um comprimento total que pode ir até aos 18 cm. O corpo é coberto de escamas dispostas longitudinalmente, o que lhe dá um aspecto segmentado, semelhante ao de um anelídeo; geralmente, exibe uma coloração entre o rosado e o salmão, por vezes acinzentada. Um das suas principais características são os olhos atrofiados, quase imperceptíveis. A cabeça é triangular e termina num focinho arredondado. Os membros estão ausentes. A cauda termina numa ponta arredondada, muito semelhante à cabeça.
Ocorre em diversos habitats mediterrânicos, sendo frequente em solos arenosos, fáceis de escavar e com um alto nível de húmus. Tem hábitos subterrâneos, sendo estritamente fossorícola. Pode ser encontrada em florestas de pinho ou carvalho, matos, montados, áreas agrícolas, baldios, charnecas secas ou galerias subterrâneas.
Espécie endémica do sudoeste da Península Ibérica. Em Portugal continental foi encontrada apenas no Algarve, Baixo Alentejo e em Évora.
REGISTO DE OBSERVAÇÕES ENVIADAS PELOS UTILIZADORES DO MUSEU VIRTUAL DA BIODIVERSIDADE
> Povoamentos de eucaliptos
> Perda do mosaico paisagístico (empobrecimento de locais de abrigo e alimentação)
> Pesticidas
> Urbanização
> Conservação da qualidade do solo
> Realização de mais estudos relacionados com a abundância e distribuição da espécie