ReinoAnimalia
FiloChordata
ClasseMammalia
OrdemCetacea
FamíliaDelphinidae
Género
Espécie

Tursiops truncatus

Montagu, 1821
Roaz-corvineiro, Golfinho-roaz, Golfinho-nariz-de-garrafa
Estatuto de Conservação: LC - Pouco Preocupante

Esta espécie tem um corpo hidrodinâmico, em forma de torpedo, que lhe permite deslizar rapidamente através das águas do oceano. Embora tenha um corpo e cabeça robustos, apresenta um bico curto e largo (mais proeminente na mandíbula inferior), e uma barbatana dorsal alta e falcada. São facilmente identificáveis devido à sua coloração homogénea, cinzento-azulada dorsalmente e branca ventralmente. Os roazes-corvineiros adultos têm em média entre 2.7m e 3m, e a maturidade sexual é atingida entre os 11 e 12 anos, o que equivale a um tamanho médio aproximado de 2.4m. A gestação dura um ano e as crias nascem com um comprimento compreendido entre 1 e 1.3 m.

Conhecem-se atualmente duas formas no Atlântico Norte, uma forma costeira e outra pelágica, que diferem principalmente quanto às estratégias alimentares, e que são distinguíveis com base na morfologia, marcadores ecológicos e genéticos. Esta espécie tende a ser principalmente costeira, mas também pode ser encontrada em águas pelágicas: o ecotipo costeiro frequenta rios, estuários, baías, lagoas e outras regiões costeiras rasas, enquanto que o ecotipo pelágico (‘offshore’) frequenta águas mais profundas e é aparentemente menos restrito em alcance e movimento. Alguns golfinhos em alto mar são moradores das ilhas oceânicas. Estes animais apresentam uma organização social complexa e coesa. Apesar de ocorrerem em grupos de 2 a 15 indivíduos, já foram avistados em agrupamentos de centenas de animais. Os roazes são comummente associados a muitos outros cetáceos, incluindo grandes baleias e outras espécies de golfinhos. O seu comportamento levou a relações de cooperação com os seres humanos, como por exemplo no caso da pesca cooperativa em que os golfinhos encaminham o peixe para a rede dos pescadores e em troca estes dão-lhes uma parte do produto da pesca. Os grupos residentes em estuários e baías tendem a ser mais pequenos comparativamente aos grupos oceânicos. Os roazes consomem uma grande variedade de espécies de presas, principalmente peixes e cefalópodes (lulas, polvos e chocos), mas também invertebrados como camarões e outros crustáceos. Aparentam ser oportunistas na escolha das suas presas, adaptando-se facilmente a variações sazonais e a mudanças de habitat.

Águas tropicais, subtropicais e temperadas de todos os oceanos, tanto em águas costeiras como em oceânicas, evitando apenas as latitudes mais elevadas. Estes animais podem inclusive entrar/viver em baías, estuários, lagoas e canais, e ocasionalmente em rios. Em Portugal, esta espécies tem sido assinalada com alguma regularidade desde longa data, e os animais podem ser avistados ao longo de toda a costa, de Norte a Sul do país. Existe também uma população residente que pode ser avistada no Estuário do rio Sado (Setúbal), sendo uma de apenas três populações estuarinas residentes conhecidas na Europa. Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira a espécie ocorre durante todo o ano e durante os meses de Primavera/Verão têm sido vistos grupos com crias nos Açores.

Onde se pode encontrar:
> Captura direta intencional;
> Captura acidental por atividade pesqueira ('by-catch');
> Degradação do habitat;
> Poluição (contaminantes e metais pesados, sonora, dragagens e resuspensão de sedimentos, etc.);
> Redução das suas espécies-presas;
> Perturbação provocada por embarcações de observação de cetáceos.
> Promover estudos sobre a espécie: avaliar o impacto do tráfego de embarcações, determinar o impacto de concentrações elevadas de contaminantes, etc;
> Monitorizar e melhorar a qualidade da água;
> Fiscalizar a actividade de observação de cetáceos;
> Fiscalizar as actividades de pesca (avaliar índices de mortalidade em artes de pesca);
> Ter em atenção as áreas de distribuição da espécie quando da elaboração dos estudos de impacto ambiental;
> Elaborar e implementar campanhas de sensibilização e educação ambiental
Delphinus (Tursio) cymodoce, D. compressicauda, D. erebennus, D. metis, D. nesarnack, D. nesarnak, D. parvimanus, D. troncatus, D. tursio, D. tursio obtusus, Tursio cymodice, T. metis, T. truncatus, Tursiops gephyreus, T. maugeanus, T. nuuanu, T. parvimanus, T. subridens, T. truncatus gillii, T. tursio
Autor: Ana Pinela
Descrição Habitat Distribuição Ameaças Conservação Sinonímias