Aphantomartus pustulatus
(Scudder, 1884)Espécie de aracnídeo pré-histórico, sem representantes actuais (ordem Trigonotarbida, toda extinta), morfologicamente semelhante a uma aranha (embora não literalmente), caracterizado por uma alimentação carnívora. Tratava-se de uma espécie nectobentónica, ou seja, conseguia mover-se voluntariamente sobre o solo terrestre. Ter-se-á tratado de um predador bastante eficiente (Correia et al., 2013). Tinha um exosqueleto composto por quitina. Seria, provavelmente, um organismo solitário, pelo menos no estado adulto. A sua visão seria algo limitada. Tinha um corpo pequeno, patas longas e fortes, e uma armadura resistente que lhe proporcionava uma boa protecção contra predadores. A sua armadura (exosqueleto) exibia uma forte e densa tuberculização dorsal. Esta espécie é dos trigonotarbídeos mais recentes do registo fóssil (Correia et al., 2013).
Distribuição geocronológica: 336.0 Ma (Viseiano) – 301.2 Ma (Gjeliano) – Mississipiano Médio – Pennsylvaniano Superior (Carbonífero)
Tratava-se de uma espécie característica de ambientes terrestres, particularmente, de baías interdistributárias, zonas lacustres e de lagoa. Era, portanto, uma espécie típica de sistemas de deposição fluvial (Correia et al., 2013). Poderá, inclusive, ter ocorrido em ambientes montanhosos ou de terreno elevado (Correia et al., 2013).
Foi encontrado um fóssil desta espécie em São Pedro da Cova, Gondomar (Porto, Portugal). O espécime único consiste num opistossoma (parte correspondente ao segmento posterior do corpo de um aracnídeo (subfilo Chelicerata), equivalente ao abdómen dos restantes artrópodes). O opistossoma é elíptico, incompleto e relativamente bem preservado; possui 10,5 mm de comprimento e 9,5 mm de largura (Correia et al., 2013). O modo de preservação destes fósseis é por supressão. Não há informação acerca do colector nem dos métodos de colecção.
O repositório dos fósseis desta espécie é o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP).