Novocrania turbinata
(Poli, 1795)Espécie de braquiópode com representantes atuais (existe actualmente), caracterizada por uma alimentação de suspensão. Trata-se de um organismo estacionário epifaunal/epibêntico. Apresenta valvas com cicatrizes musculares posteriores de grande tamanho, distintas e ligeiramente depressivas. As cicatrizes musculares anteriores são distintamente elevadas, em forma de rim e proeminentes. As cicatrizes musculares do “protractor” braquial são indistintas, pequenas e em forma de bico. Canais do manto moderadamente bem desenvolvidos podem ser observados na metade anterior das valvas. Esta espécie é muito semelhante à Novocrania anomala (Müller, 1776) e foi colocada como sinonímia por alguns autores (e.g. Logan, 1979). No entanto, Brunton (1988) reconheceu diferenças mínimas, porém cruciais, que as separam como espécies distintas, podendo ser diferenciadas a partir das cicatrizes musculares das valvas braquiais/dorsais.
Distribuição geocronológica: 21.7 Ma (Aquitaniano) – 3.6 Ma (Zancliano/Placenciano) – Miocénico – Pliocénico
Trata-se de uma espécie característica de águas marinhas, particularmente, regiões costeiras. Actualmente, ocorre em águas marinhas pouco profundas (10 a 150 metros).
Foram encontrados fósseis desta espécie em diferentes regiões da ilha de Santa Maria (Açores, Portugal): 1 valva dorsal na Cré – DBUA-F 432, DBUA-F 464; 7 valvas dorsais na Pedra-que-Pica – DBUA-F 461-1 até 461-7; 1 valva dorsal na Ponta do Castelo – DBUA-F 433; e 1 valva dorsal na Malbusca – DBUA-F 465. Na Malbusca e na Pedra-que-Pica, o modo de preservação dos fósseis desta espécie é por coquina (rocha sedimentar composta total ou parcialmente por fragmentos transportados, desgastados e separados mecanicamente das conchas de moluscos, braquiópodes e outros invertebrados).
O repositório dos fósseis desta espécie é o Departamento de Biologia da Universidade dos Açores. Não há informação acerca do coletor dos fósseis.
Actualmente, esta espécie pode ser encontrada em águas marinhas pouco profundas (10 a 150 metros) no sudeste do oceano Atlântico, desde o arquipélago de Cabo Verde até norte, chegando ao Estreito de Gibraltar. Também é vulgar no Mediterrâneo (Kroh et al., 2008).