Hemipristis serra
Agassiz, 1843Espécie de tubarão pré-histórico com representantes atuais ao nível do género Hemipristis, sendo aparentado à espécie moderna Hemipristis elongata (Klunziger, 1871), caracterizado por uma alimentação carnívora. Era um animal nectónico, ou seja, movimentava-se na coluna da água de forma voluntária, independentemente das correntes marinhas. Era estenotérmico, isto é, possuía uma tolerância bastante limitada à variação de temperatura do mar (Cardoso & Antunes, 1995). A borda distal dos dentes superiores era altamente serrilhada, com as serrilhas a possuírem uma terminação bem definida antes de chegarem à ponta do dente. Apesar de ser uma tarefa bastante complicada distinguir dentes de tubarões fósseis da ordem Carchariniformes, os dentes de H. serra são mais fáceis de identificar, dado o seu formato único e distinguível. No entanto, os dentes laterais são todos relativamente semelhantes, tornando-se difícil a posterior reconstituição da posição desses dentes na maxila (Chandler et al., 2006). De acordo com o tamanho dos dentes, o seu comprimento poderia ter rondado os 6 metros (Portell et al., 2008).
Distribuição geocronológica: 23.8 Ma (Catiano) – 2.58-0.781 Ma (Gelasiano-Calabriano) – Oligoceno – Pleistoceno Inferior (Chandler et al., 2006) [nota: possibilidade mais correta]
Era uma espécie característica de águas marinhas e tinha uma distribuição mundial, pelo menos durante o Miocénico. Eram tubarões de águas tropicais, quentes (Cardoso & Antunes, 1995), e muito possivelmente estariam associados a habitats de água pouco profunda, próximos da costa, onde a vegetação era abundante (Pais et al., 2000).
Foram encontrados dentes fósseis desta espécie (número desconhecido) em Penedo, Colares, Sintra (Lisboa, Portugal); em Helvetian VIa; “Assentada III”, Praia de Carcavelos, Cascais (Lisboa, Portugal); unidade Vc, Brielas, Costa da Caparica, Península de Setúbal, Bacia de Baixo Tejo (Setúbal, Portugal); Secção de Cristo Rei (Lisboa, Portugal); Aljezur (Faro, Portugal); Olhos de Água, Formação de Faro-Quarteira, Albufeira (Faro, Portugal); e Barcarena, Oeiras (Lisboa, Portugal). Os fósseis da primeira localidade foram substituídos por fosfato, de acordo com o método de preservação. Não há informação acerca dos métodos de colecção, do colector, nem do repositório dos fósseis desta espécie.