Dacentrurus armatus
(Marsh, 1877)Espécie de estegossauro (Ornithischia Seeley, 1888), caracterizado por uma alimentação herbívora. Alimentava-se de matéria vegetal presente no solo. Era, provavelmente, uma espécie com um estilo de vida gregário, vivendo em grupos de vários indivíduos. Reproduzia-se por oviparidade. Esta espécie tinha 12 vértebras cervicais. O sacro consiste em sete (7) centros ossificados constituindo duas (2) vértebras anteriores dorsosacrais. Os centros das vértebras anteriores caudais são de grandes dimensões e as espinhas neurais curtas possuem os topos fortemente arredondados. O rácio do comprimento máximo do úmero para o rádio é de 1:0.69, do úmero para o cúbito é de 1:0.79, do fémur para o úmero é de 1:0.68, e do fémur para o íleo é de 1:0.85. A armadura dérmica inclui, pelo menos, pequenas placas com uma base espessa, dois pares de espinhas atarracadas com uma base expandida, e quatro pares de longas espinhas caudais (“thagomizers”) com uma pequena base (Galton, 1991). Esta espécie foi anteriormente classificada de forma errónea, sob os nomes Astrodon pusillus e Astrodon valdensis, pelo facto de se assumirem os fósseis encontrados como pertencentes a espécies diferentes. Contudo, tais fósseis pertenciam a um Dacentrurus armatus juvenil, portanto, A. pusillus e A. valdensis são actualmente considerados nomina dubia, ou pobremente justificados, sendo considerados sinonímias de D. armatus (Antunes & Mateus, 2003).
Distribuição geocronológica: 150.8 Ma (Titoniano) – 145.0 Ma (Titoniano) – Jurássico Superior
Tratava-se de uma espécie característica de ambientes terrestres, nomeadamente de planícies irrigadas/húmidas, isto é, regiões com sedimentos fluviais e próximas de rios, eventualmente sujeitas a inundações por elevação do caudal do rio, assim como regiões deltaicas.
Foram encontrados fósseis desta espécie em Formação da Lourinhã, Membro Sobral, Peralta, Atalaia, Lourinhã (Lisboa, Portugal); Alfeizerão, Alcobaça (Leiria, Portugal); Murteiras, Foz do Arelho, Caldas da Rainha (Leiria, Portugal); Pedras Muitas, Baleal, Peniche (Leiria, Portugal); Lagoa, Praia da Areia Branca, Lourinhã (Lisboa, Portugal); Formação de Farta Pão, Membro Freixial, Moçafaneira, Torres Vedras (Lisboa, Portugal); Porto de Mós (Leiria, Portugal); Casal da Pedreira, Lourinhã (Lisboa, Portugal); Lagido da Vermelha (Lisboa, Portugal); Miragaia, Lourinhã (Lisboa, Portugal); Porto das Barcas, Lourinhã (Lisboa, Portugal); Porto Novo, Maceira (Leiria, Portugal); Praia da Malhada, Lourinhã (Lisboa, Portugal); Porto Dinheiro, Lourinhã (Lisboa, Portugal); São Bernardino, Praia de Sesimbra (Setúbal, Portugal); Vale Pombas, Lourinhã (Lisboa, Portugal); e, finalmente, Valmitão, Lourinhã (Lisboa, Portugal).
Os métodos de colecção dos fósseis, em geral, foram à superfície (in situ e/ou por flutuação – “float”), de forma mecânica e por extracção em pedreiras (quarrying).
Os colectores dos fósseis desta espécie são os seguintes: em Peralta, por Matos e P. C. de Deus, 1947; em Alfeizerão os fósseis foram coleccionados em 1908; em Murteiras, por P. C. de Deus, 1945; em Pedras Muitas, por H. d. C. Cabação e G. Zbyszewsky, 1942-1943; na Praia da Areia Branca os fósseis foram coleccionados em 1947; em Moçafaneira, por D. L. Antunes, 1995-1996; em Porto de Mós, por Choffat na década de 1980. Os espécimes-tipo são: BMNH 46013, um conjunto do pós-crânio. A localidade-tipo é Swindon Brick and Tile Company Brick Pit, na Formação Kimmeridge Clay, Reino Unido; e MHNH A, um esqueleto parcial. A sua localidade-tipo é a Praia de Octeville, Cap de la Hève, na Formação Argiles d’Octeville, França. Não há informação acerca do repositório dos fósseis desta espécie.