Dorcus parallelipipedus
(Linnaeus, 1785)Trata-se de um escaravelho com 1,8 a 3,2 cm (incluindo as mandíbulas). O macho e a fêmea são do mesmo tamanho. Tegumento preto. Lados do corpo relativamente paralelos. Antenas de 10 artículos, dos quais, o escapo (o primeiro) é comprido e os 6 últimos são lamelares e dispõem-se em clava. Os olhos são atravessados por uma expansão cuticular. Apresenta dimorfismo sexual: o macho exibe mandíbulas maiores do que a da fêmea. Além disso, as mandíbulas do macho possuem um dente mediano virado para cima; na fêmea, existe também um dente mediano, mas menor e mais próximo da ponta. A cabeça, o pronoto e os élitros são largamente pontilhados. Os adultos alimentam-se de exsudados açucarados das árvores ou dos frutos. É uma espécie polífaga, xilófaga e saproxílica: as larvas são melolontiformes e alimentam-se de madeira em bom estado ou em decomposição, na parte aérea das árvores, tanto vivas como mortas. O desenvolvimento pré-imaginal é longo. Como todos os lucanídeos, as fêmeas desta espécie possuem, na extremidade do abdómen um micângio onde conservam leveduras que, por ocasião da oviposição, são depositadas sobre os ovos. São estas leveduras que irão possibilitar que as larvas digiram a madeira. O período de dispersão na forma adulta ocorre entre Maio e Setembro. Os adultos são predominantemente noturnos, mas podem ser vistos durante o dia, ocasionalmente.
Ocorre em bosques, parques arborizados e jardins, sendo uma espécie urbana comum. Demonstra preferência por árvores de madeira macia, tal como o freixo-europeu (Fraxinus excelsior), a faia (Fagus sylvatica) e a macieira (Malus spp.).
Distribui-se por quase toda a Europa, passando pela Turquia e chegando ao sul da Rússia. Em Portugal continental ocorre, sobretudo, na metade norte do território, estando também presente na zona litoral da metade sul do país.