Helicoverpa armigera
(Hübner, 1808)No estado de imago exibe uma grande diversidade de padrões alares e de cores dominantes (do castanho ao verde). A envergadura varia entre 30 e 40 mm. As asas anteriores são, em geral, amareladas ou alaranjadas nas fêmeas, e cinza-esverdeadas nos machos, com uma banda transversal ligeiramente mais escura no terço distal. As asas posteriores são amarelo pálido com uma faixa escura, estreita, na borda externa e uma mancha escura, no meio. Durante o estado larvar, a lagarta atinge os 40 mm de comprimento; a sua coloração varia entre o esverdeado, o amarelado ou o castanho-avermelhado; lateralmente, ao longo dos flancos, distingue-se uma faixa amarelada; ao longo da região dorsal, observam-se três linhas escuras. As larvas são canibais. A crisálida é castanha e encontra-se no solo. É uma espécie é bivoltina ou trivoltina (duas ou três gerações). Os ovos são esféricos (0,4 a 0,5 mm de diâmetro), branco-amarelados. Os ovos de H. armigera sofrem um forte parasitismo por parte de himenópteros do género Trichogramma. As larvas alimentam-se inicialmente da folha, mas depressa penetram nos frutos onde escavam galerias. Terminado o período larvar, as larvas migram para o solo, onde decorre o período pupal.
Trata-se de uma espécie altamente polífaga e cosmopolita. O estado larvar ocorre numa grande variedade de espécies vegetais (e.g. abóbora, aipo, alface, alho, amendoim, batata, beringela, beterraba, brócolos, cebola, chicória, chuchu, couve, couve-flor, ervilha, espinafre, feijão, girassol, grão-de-bico, melancia, melão, milho, morango, pepino, pimentão, soja, sorgo, etc.), das quais se alimenta. Porém, é na cultura agroindustrial do tomate que causa maiores danos, sendo considerada a principal praga deste tipo de cultura em Portugal. No tomateiro, os ovos são depositados isoladamente na página inferior das folhas. É uma espécie migradora.
Ocorre em toda a Europa, Ásia, África e América do Sul. Distribui-se ao longo de todo o território de Portugal continental.