Hipparchia semele
(Linnaeus, 1758)Trata-se de uma borboleta que atinge os 56 mm de envergadura. A face superior das asas tem fundo acastanhado, com grandes manchas amarelo-alaranjadas junto à zona marginal; um par de ocelos negros em cada asa anterior e um único ocelo, mais pequeno, em cada asa posterior; fímbrias axadrezadas. A face inferior é alaranjada nas asas anteriores e variegada com fundo castanho, semelhante a casca-de-árvore, nas posteriores; destacam-se os ocelos negros com uma pinta branca no centro, um par em cada asa anterior e um único, mais pequeno, em casa asa posterior. A fêmea é maior e mais marcada. Trata-se de um espécie polimórfica. O corpo é acastanhado na zona dorsal e esbranquiçado na zona ventral; olhos acastanhados. Antenas claviformes acastanhadas. Patas esbranquiçadas. Voa de Julho a Outubro. O ovo é esbranquiçado, de aspecto leitoso. Lagarta creme ou amarelada, com riscas longitudinais mais escuras. A hibernação ocorre nesta fase. A crisálida é cor-de mel. Espécie univoltina (uma geração anual).
Ocorre em terrenos abertos, particularmente em florestas secas (e.g. pinhais secos) ou ligeiramente húmidas, clareiras de florestas, charnecas e zonas pedregosas, até aos 1200 m de altitude. Para hospedeiras recorre a várias espécies de gramíneas (Poaceae), entre as quais Elymus arenarius, Deschampsia caespitosa, Calamagrostis spp., Festuca spp. ou Gramineae spp., das quais a lagarta se alimenta.
Em Portugal continental tem uma distribuição dispersa, sendo mais comum no centro e norte do território e rara a sul do rio Tejo.
> Prevenção de fogos em florestas de resinosas