ReinoAnimalia
FiloChordata
ClasseAves
OrdemFalconiformes
FamíliaFalconidae
Género
Espécie

Falco peregrinus

Tunstall, 1771
Falcão-peregrino
Estatuto de Conservação: VU - Vulnerável
Impacte das Alterações Climáticas sobre a espécie
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Trata-se do maior falcão que ocorre em Portugal, podendo ultrapassar os 50 cm de comprimento e os 110 cm de envergadura. Tem como características mais emblemáticas a sua silhueta, da qual se destacam as asas largas e pontiagudas, assim como o seu barrete preto que se transforma numa mascarilha, que, por sua vez, se prolonga em duas manchas faciais negras semelhantes a longos bigodes. O bico é curto e robusto. O dorso é acinzentado ou cinzento-acastanhado, transversalmente riscado; a zona peitoral, ventral e a face inferior das asas são esbranquiçadas, com riscas transversais negras. A cauda é recta e curta. As patas e as garras são amarelas. A fêmea é mais robusta que o macho. Os juvenis têm uma tonalidade mais acastanhada.

Observações: trata-se do animal mais rápido do planeta, atingindo velocidades superiores a 320 Km/h durante o voo picado.

Ocorre numa variada tipologia de habitats, à excepção de áreas intensamente florestadas. Está associado a zonas com afloramentos rochosos, em vales, serras, arribas e falésias costeiras. Normalmente, nidifica sobre plataformas rochosas em escarpas ou penhascos. Caça em áreas abertas (e.g. terrenos agrícolas, pastagens, matos), na proximidade de falésias e encostas escarpadas. Evita zonas com intensa actividade humana.

Em Portugal continental distribui-se por todos os principais maciços montanhosos do território, assim como pelos vales escarpados do nordeste, e ao longo de toda a franja litoral centro e sul. As aves invernantes e dispersantes ocorrem em grande parte do território, mas com maior frequência nas grandes áreas estepárias do Alentejo.

Onde se pode encontrar:
> Degradação dos habitats de nidificação e/ou alimentação (e.g. por abandono e alteração de diversas práticas agro-pecuárias tradicionais, construção de infraestruturas, instalação de regadios, produção florestal, actividade de extracção de inertes)
> Aumento da utilização de agroquímicos (e.g. pesticidas)
> Perseguição humana (e.g. abate ilegal, pilhagem de ninhos e o roubo de juvenis, para a falcoaria)
> Perturbação humana em colónias/zonas de nidificação (e.g. actividades cinegéticas, turismo e lazer)
> Linhas aéreas de distribuição e transporte de energia (mortalidade por electrocussão)
> Doenças infecciosas (e.g. doenças dos pombos como a Candidíase e a Tricomoníase)
> Instalação de parques eólicos nas proximidades dos locais de nidificação (perturbações causadas durante as fases de construção e de exploração)
> Conservar os habitats de alimentação e nidificação (e.g. promover cerealicultura extensiva com rotação de culturas, restringir a construção de infraestruturas em zonas sensíveis)
> Promover e intensificar campanhas de sensibilização ambiental e de conservação da fauna dirigidas à comunidade rural, caçadores e ao público em geral (minimizar ou erradicar o abate ilegal e roubo de ninhos)
> Sensibilizar os agricultores para a adopção de boas práticas agrícolas
> Regular o uso de pesticidas e adoptar técnicas de controlo de pestes alternativas
> Reforçar a fiscalização e aplicar a lei de forma mais efectiva, relativamente às infracções e crimes contra a natureza e as aves de rapina em particular
> Condicionar temporariamente o acesso e as actividades nas proximidades dos locais de nidificação
> Sensibilizar a comunidade para a conservação das espécies rupícolas ameaçadas de forma a minimizar a sua perturbação
Falco brookei
Mais sobre esta espécie nas ligações seguintes:
Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005)
Disponível no portal do ICNF
Plano Sectorial da Rede Natura 2000 - Fichas de caracterização ecológica e de gestão das espécies de Aves
Disponível no portal do ICNF
Previsão da distribuição da espécie no futuro
Iberia Change | Biodiversidade e Alterações Climáticas na Península Ibérica: Mapa da espécie
Portal "Aves de Portugal"
Onde observar:

Previsão do impacte das alterações climáticas sobre a área de distribuição potencial do Falco peregrinus na Península Ibérica, até ao ano de 2080 (clicar na imagem para ver em maior resolução).

O clima futuro foi caracterizado com base em três diferentes cenários de emissões (Araújo et al., 2012):
> o BAMBU tem como base a extrapolação das políticas europeias actuais para o futuro. Prevê a adopção de algumas medidas de mitigação das alterações climáticas.
> o GRAS pressupõe que a Europa incrementa a tendência de liberalização, desregularização e globalização dos mercados. Prevê a adaptação da sociedade às alterações do clima em detrimento da sua mitigação. As políticas de sustentabilidade são consideradas um sinónimo de crescimento económico.
> o SEDG pressupõe a integração de políticas ambientais, sociais, institucionais e económicas num contexto de sustentabilidade. É um cenário normativo que parte do pressuposto que as políticas são definidas com vista à obtenção de objectivos concretos.

Autor: David Germano
Descrição Habitat Distribuição Multimédia Ameaças Conservação Sinonímias