Pyronia tithonus
(Linnaeus 1767)Trata-se de uma borboleta que atinge os 40 mm de envergadura (maior que a congénere Pyronia cecilia). A face superior das asas é alaranjada com uma banda marginal castanha-escura; nas asas anteriores apresenta um ocelo negro apical com duas pintas brancas; os machos apresentam uma mancha androconial bem marcada, acastanhada, que atravessa cada asa anterior, em direcção ao ocelo. A face inferior das asas posteriores é variegada, de matriz parda/acastanhada, e apresenta vários ocelos com uma pinta branca no centro; as asas anteriores têm a face inferior semelhante à superior. A fêmea é maior e mais clara que o macho e não apresenta mancha androconial. O corpo é acastanhado. Olhos pardos e antenas claviformes acastanhadas. Voa de Maio a Setembro. A lagarta é pilosa e vai do amarelo-esverdeado ao acastanhado, com uma banda lateral mais clara. A hibernação dá-se nesta fase. A crisálida é pálida-acinzentada, marcada por pintas e listas negras. O ovo é amarelo, escurecendo com a maturação. Espécie bivoltina (duas gerações anuais), podendo ser univoltina nas regiões mais frias.
Ocorre, preferencialmente, em silvados nas orlas de bosques secos e em clareiras de florestas, até aos 1200 m de altitude. Para plantas hospedeiras utiliza várias espécies de gramíneas (Poaceae), das quais a lagarta se alimenta.
É uma espécie comum em Portugal continental, encontrando-se muito dispersa por todo o território nacional. Ainda assim, é menos frequente na metade sul do país.