Lucanus cervus
(Linnaeus, 1758)Trata-se do maior escaravelho da Europa; o macho mede de 2,7 a 5,3 cm (sem contar com as mandíbulas), e a fêmea, 2,6 a 4,1 cm de comprimento. Tegumento castanho-avermelhado a castanho escuro. Antenas de 6 artículos, dos quais, os 2 primeiros são longos e os 4 últimos são em forma de lamelas sobrepostas, dispostas em clava. Apresenta dimorfismo sexual: o macho exibe mandíbulas de grande tamanho, muito maiores do que as da fêmea, que lhes serve nas lutas entre rivais. Os adultos alimentam-se de exsudados açucarados das árvores ou dos frutos. É uma espécie polífaga e saproxílica: as larvas são melolontiformes e alimentam-se de madeira em decomposição; podem atingir 10 cm. Os adultos emergem entre Março e Maio e vivem até Outubro. A fêmea escava uma galeria profunda, no fundo da qual deposita os ovos conjuntamente com uma secreção que contem leveduras. Cada postura tem cerca de 20 ovos e cada fêmea pode fazer várias posturas. São estas leveduras que vão possibilitar que as larvas façam a digestão da madeira. O período larvar dura 3 a 4 anos. No 3º estádio, a larva desloca-se para o solo onde constrói um casulo para pupar. O adulto está completamente formado no Outono, mas apenas eclode na Primavera ou início do Verão seguinte. O período de dispersão na forma adulta ocorre entre Maio e Setembro. Os indivíduos estão ativos, sobretudo, no período crepuscular.
Ocorre em florestas e bosques caducifólios com árvores de grande porte, sobretudo carvalhos e, entre estes, demonstra preferência pelo carvalho-alvarinho (Quercus robur). Pode também ser encontrado em parques e jardins.
Distribui-se pela Europa e pelo Médio Oriente. Em Portugal continental regista-se a sua presença desde o norte do território até à Serra de Sintra.
> Destruição/substituição da floresta autóctone naturalmente bem desenvolvida
> Eliminação de árvores mortas ou decrépitas
> Eliminação de sebes arbóreas em zonas agrícolas
> Utilização de fertilizantes, pesticidas e herbicidas
> Captura para fins comerciais (colecções para venda)
> Mortalidade em estradas que atravessam habitats favoráveis
> Preservação dos habitats de alimentação, reprodução e abrigo (preservar a floresta autóctone naturalmente bem desenvolvida; manter árvores velhas e cepos de dimensões razoáveis; manter sebes arbóreas com árvores senescentes)
> Redução da utilização de pesticidas e fertilizantes na agricultura e na floresta
> Promoção da continuidade ecológica (implementação de corredores entre populações isoladas)
> Manutenção da área de ocupação actual
> Monitorização das populações
> Promoção de estudos sobre a espécie
> Promover a sensibilização da comunidade para a importância de conservação da espécie e do meio que a suporta