ReinoAnimalia
FiloChordata
ClasseAmphibia
OrdemAnura
FamíliaPelobatidae
Género
Espécie

Pelobates cultripes

(Cuvier, 1829)
Sapo-de-unha-negra
Estatuto de Conservação: LC - Pouco Preocupante
Impacte das Alterações Climáticas sobre a espécie
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Sapo robusto que atinge, no máximo, os 10 cm de comprimento total (fêmeas). A cabeça é relativamente larga e arredondada, destacando-se os grandes olhos dispostos em posição lateral, com íris prateada ou dourada, pigmentada de negro, e com pupilas verticais. O tímpano é pouco perceptível, parecendo ausente. A pele é lisa, podendo, por vezes, ser ligeiramente verrugosa. No dorso apresenta um padrão formado por grandes manchas escuras e acastanhadas, sobre um fundo verde-oliváceo ou amarelado. A zona ventral é esbranquiçada ou amarelada. Os membros são curtos, apresentando cinco dedos nas patas anteriores e quatro nas posteriores. É nas patas posteriores que exibem a sua característica mais distintiva e que está na origem do seu nome vulgar: uma pua ou “unha-negra” queratinosa na base do metatarso de cada uma das patas. Estas são utilizadas para escavar rapidamente os buracos onde se enterra.

Tem hábitos essencialmente terrestres e noctívagos, ocorrendo nas proximidades de pequenas massas de água (e.g. charcos temporários), em áreas abertas de solos arenosos e pouco compactados, pastagens, lezírias e campos de cultivo. Pode ser encontrado em pinhais, dunas litorais ou lagoas costeiras, mas também em tanques ou mesmo em áreas inundadas tais como pedreiras abandonadas. Passa a maior parte do tempo enterrado em buracos que escava no solo arenoso ou pouco compactado, por vezes a mais de 1 metro de profundidade, em condições de humidade ideais à sua sobrevivência.

Em Portugal continental tem uma distribuição praticamente contínua a sul do rio Tejo, a norte do qual ocorre de um modo bastante mais fragmentado, destacando-se a sua presença na Beira Interior e na Beira Litoral.

Onde se pode encontrar:
> Destruição/alteração do habitat (e.g. destruição dos locais de reprodução, drenagem de zonas húmidas, pressão turística)
> Destruição/perturbação de indivíduos
> Atropelamento
> Introdução de espécies exóticas
> Introdução de peixes em viveiros
> Poluição (e.g. agroquímicos)
> Recuperação/preservação/protecção do habitat
> Erradicação/controlo de espécies exóticas
> Controlo eficaz da poluição
Cultripes cultripes, Rana cultripes

Estima-se que esta espécie exista desde o Pleistocénico Superior (desde há 30.000 anos).

Fósseis desta espécie foram encontrados na Lapa do Picareiro, na Figueira Brava e na Guia. Só no material recolhido na última jazida constavam: 10 pré-maxilares; 20 maxilares; 1 angular; 22 escamosos; 2 fronto parietais; 5 para esfenóides; 1 atlas; 76 vértebras pré sacrais; 12 sacrais; 37 úmeros; 25 radio-ulnas; 1 fêmur; 1 tíbio-fibula; 8 tíbias; 6 fíbulas; 5 metatarsos; 9 clavículas; 19 coracoides; 13 escápulas; 24 illium; 5 ischion.

Mais sobre esta espécie nas ligações seguintes:
Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal (Loureiro et al., 2008)
Disponível no portal do ICNF
Previsão da distribuição da espécie no futuro
Iberia Change | Biodiversidade e Alterações Climáticas na Península Ibérica: Mapa da espécie
MITRA nature | ICAAM - Universidade de Évora
Biodiversidade da Herdade da Mitra
Projeto LIFE+ "Conservação de Charcos Temporários na Costa Sudoeste de Portugal" | LIFE Charcos
Ficha do Pelobates cultripes
Guia (Algarve), gisement de vertébrés quaternaires à caractère saisonnier
Antunes et al. (1989)

Previsão do impacte das alterações climáticas sobre a área de distribuição potencial do Pelobates cultripes na Península Ibérica, até ao ano de 2080 (clicar na imagem para ver em maior resolução).

O clima futuro foi caracterizado com base em três diferentes cenários de emissões (Araújo et al., 2012):
> o BAMBU tem como base a extrapolação das políticas europeias actuais para o futuro. Prevê a adopção de algumas medidas de mitigação das alterações climáticas.
> o GRAS pressupõe que a Europa incrementa a tendência de liberalização, desregularização e globalização dos mercados. Prevê a adaptação da sociedade às alterações do clima em detrimento da sua mitigação. As políticas de sustentabilidade são consideradas um sinónimo de crescimento económico.
> o SEDG pressupõe a integração de políticas ambientais, sociais, institucionais e económicas num contexto de sustentabilidade. É um cenário normativo que parte do pressuposto que as políticas são definidas com vista à obtenção de objectivos concretos.

Autor: MVBIO / Darío Estraviz López
Descrição Habitat Distribuição Multimédia Ameaças Conservação Sinonímias Fósseis