ReinoAnimalia
FiloChordata
ClasseReptilia
OrdemSquamata
FamíliaViperidae
Género
Espécie

Vipera latastei

Boscá, 1878
Víbora-cornuda
Estatuto de Conservação: VU - Vulnerável
Impacte das Alterações Climáticas sobre a espécie
Saber mais

Pequena serpente de corpo robusto que não ultrapassa os 70 cm de comprimento total. A cabeça é bem diferenciada, larga e triangular, formato típico nas víboras. Os olhos são grandes e de íris amarelo-dourada. A pupila é vertical, sendo também uma característica típica das víboras. Uma das características identificativas da espécie é a presença de um apêndice nasal em formato de corno (na extremidade do focinho), que tem origem na proeminência das escamas rostrais. Apresenta uma banda mais escura nas partes laterais da cabeça, desde os olhos até ao pescoço. Na zona posterior da cabeça pode exibir uma marca em forma de V invertido, formada pelo contacto entre duas manchas mais escuras. A zona dorsal é parda ou acinzentada, e apresenta um padrão bastante característico: uma banda escura em forma de zigue-zague, contínua ao longo do corpo. Por vezes podem exibir algumas manchas escuras nos flancos. A zona ventral é mais clara, geralmente cinzento-esbranquiçada, com manchas irregulares dispersas. A cauda é marcadamente curta e estreita na extremidade.

Nota: trata-se de uma das duas espécies de víboras venenosas que ocorrem em Portugal.

Espécie tipicamente mediterrânica que ocorre em áreas rochosas e locais com solos pedregosos, habitualmente em zona de montanha, preferencialmente nas encostas declivosas, ensolaradas e com vegetação densa (e.g. matos). Também pode ser encontrada em florestas com vegetação arbustiva desenvolvida. A altitudes inferiores prefere os matagais, pinhais arenosos e os sistemas dunares do litoral. Evita as áreas antropizadas.

Em Portugal continental distribui-se por todo o território, de uma forma muito dispersa e em núcleos populacionais fragmentados, sendo mais frequente nas zonas de montanha. Ocorre desde o nível do mar até aos 1500 metros de altitude (e.g. Serras da Estrela e do Gerês).

Onde se pode encontrar:
> Perda/fragmentação/degradação do habitat (e.g. ocupação dos solos pela actividade agrícola, silvicultura intensiva, implantação de infraestruturas viárias, urbanização)
> Destruição/perturbação de indivíduos (e.g. perseguição humana)
> Atropelamentos
> Incêndios florestais
> Preservação/protecção do habitat (e.g. conservação das áreas florestais autóctones, conservação das sebes e muros de pedra que delimitam os lameiros e terrenos agrícolas)
> Campanhas de sensibilização e educação ambiental
> Promoção de estudos sobre a biologia e ecologia da espécie
> Prevenção dos incêndios florestais
Vipera latasti, V. latastii, V. latasti latastei, V. latasti latasti, V. latastei gaditana, V. latasti gaditana

Estima-se que esta espécie exista desde o Pleistocénico Superior (desde há 30.000 anos).

Foi encontrado um fóssil atribuído a esta espécie na Gruta da Figueira Brava (Setúbal).

Mais sobre esta espécie nas ligações seguintes:
Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal (Loureiro et al., 2008)
Disponível no portal do ICNF
Livro Vermelho dos Vertrebados de Portugal (2005)
Disponível no portal do ICNF
Previsão da distribuição da espécie no futuro
Iberia Change | Biodiversidade e Alterações Climáticas na Península Ibérica: Mapa da espécie
MITRA nature | ICAAM - Universidade de Évora
Biodiversidade da Herdade da Mitra
Feeding ecology of Vipera latastei in northern Portugal: Ontogenetic shifts, prey size and seasonal variations
Brito, J. C. (2004)
Variation in the diet of the Lataste’s viper Vipera latastei in the Iberian Peninsula: seasonal, sexual and size-related effects
Santos et al. (2007)

Previsão do impacte das alterações climáticas sobre a área de distribuição potencial da Vipera latastei na Península Ibérica, até ao ano de 2080 (clicar na imagem para ver em maior resolução).

O clima futuro foi caracterizado com base em três diferentes cenários de emissões (Araújo et al., 2012):
> o BAMBU tem como base a extrapolação das políticas europeias actuais para o futuro. Prevê a adopção de algumas medidas de mitigação das alterações climáticas.
> o GRAS pressupõe que a Europa incrementa a tendência de liberalização, desregularização e globalização dos mercados. Prevê a adaptação da sociedade às alterações do clima em detrimento da sua mitigação. As políticas de sustentabilidade são consideradas um sinónimo de crescimento económico.
> o SEDG pressupõe a integração de políticas ambientais, sociais, institucionais e económicas num contexto de sustentabilidade. É um cenário normativo que parte do pressuposto que as políticas são definidas com vista à obtenção de objectivos concretos.

Autor: MVBIO / Darío Estraviz López
Descrição Habitat Distribuição Multimédia Ameaças Conservação Sinonímias Fósseis