Martes foina
(Erxleben, 1777)Trata-se de um mustelídeo de pequeno/médio porte, com cerca de 65 a 85 cm de comprimento (contando com a cauda). A cabeça é estreita e triangular; as orelhas erectas e arredondadas destacam-se em comparação com a cabeça. Os olhos são negros. O corpo é alongado, fusiforme, e a cauda é comprida e peluda. A pelagem é parda ou acastanhada, por vezes arruivada. No peito destaca-se uma grande mancha branca (“babete”), bastante característica, que vai da garganta até ao início dos membros anteriores, onde acaba por bifurcar. As patas são munidas de garras semi-retrácteis. Os machos são maiores que as fêmeas. Apesar de muito semelhantes, a Martes foina pode ser distinguida da sua congénere Martes martes através da mancha peitoral, que é mais amarelada e de menores dimensões nesta última. Além disso, a M. martes é maior que a M. foina.
Trata-se de uma espécie generalista, bastante versátil, que pode ocorrer numa grande variedade de habitats naturais tais como montados, bosques de folha caduca e/ou de coníferas, galerias ripícolas, campos agrícolas e outras zonas rurais. Também pode ser encontrada em zonas urbanizadas. Tem hábitos essencialmente nocturnos.
Esta espécie tem uma distribuição generalizada em Portugal continental, ocorrendo do norte ao sul do país, tanto no litoral como no interior do território. Ausente dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Previsão do impacte das alterações climáticas sobre a área de distribuição potencial da Martes foina na Península Ibérica, até ao ano de 2080 (clicar na imagem para ver em maior resolução).
O clima futuro foi caracterizado com base em três diferentes cenários de emissões (Araújo et al., 2012):
> o BAMBU tem como base a extrapolação das políticas europeias actuais para o futuro. Prevê a adopção de algumas medidas de mitigação das alterações climáticas.
> o GRAS pressupõe que a Europa incrementa a tendência de liberalização, desregularização e globalização dos mercados. Prevê a adaptação da sociedade às alterações do clima em detrimento da sua mitigação. As políticas de sustentabilidade são consideradas um sinónimo de crescimento económico.
> o SEDG pressupõe a integração de políticas ambientais, sociais, institucionais e económicas num contexto de sustentabilidade. É um cenário normativo que parte do pressuposto que as políticas são definidas com vista à obtenção de objectivos concretos.