Mus spretus
Lataste, 1883Trata-se de um rato de pequeno porte, com cerca de 8,5 de comprimento máximo (cabeça + corpo), sem contar com a cauda. A cabeça é bem diferenciada do corpo e o focinho é afunilado. Tem orelhas salientes, relativamente grandes e arredondadas. Olhos relativamente grandes. O corpo é curto, assim como os membros. A pelagem é castanha-amarelada na zona dorsal e nos flancos, tornando-se acinzentada a esbranquiçada na zona ventral. A cauda é comprida e afilada.
Trata-se de uma espécie tipicamente mediterrânica. Ocorre em zonas semiáridas, ao contrário de outros roedores. Tem preferência por habitats abertos com um estrato herbáceo (e.g. gramíneas) bem desenvolvido e baixa humidade, mas também pode ser encontrado em matos, terrenos agrícolas, hortas, pomares ou até florestas. Evita frequentar zonas humanizadas, especialmente o interior de habitações ou outros edifícios.
Trata-se de uma espécie endémica da região mediterrânica. Em Portugal continental ocorre, praticamente, em todo o território, parecendo estar ausente apenas na região raiana do extremo norte português, de acordo com os dados mais recentes.
Previsão do impacte das alterações climáticas sobre a área de distribuição potencial do Mus spretus na Península Ibérica, até ao ano de 2080 (clicar na imagem para ver em maior resolução).
O clima futuro foi caracterizado com base em três diferentes cenários de emissões (Araújo et al., 2012):
> o BAMBU tem como base a extrapolação das políticas europeias actuais para o futuro. Prevê a adopção de algumas medidas de mitigação das alterações climáticas.
> o GRAS pressupõe que a Europa incrementa a tendência de liberalização, desregularização e globalização dos mercados. Prevê a adaptação da sociedade às alterações do clima em detrimento da sua mitigação. As políticas de sustentabilidade são consideradas um sinónimo de crescimento económico.
> o SEDG pressupõe a integração de políticas ambientais, sociais, institucionais e económicas num contexto de sustentabilidade. É um cenário normativo que parte do pressuposto que as políticas são definidas com vista à obtenção de objectivos concretos.