Rattus norvegicus
(Berkenhout, 1769)Trata-se de uma ratazana de grande porte, maior que a sua congénere Rattus rattus, podendo atingir os 29 cm de comprimento (cabeça + corpo), sem contar com a cauda. Cabeça bem diferenciada do corpo e focinho arredondado. As orelhas são curtas e cobertas de pelo, características que ajudam a diferenciá-la da ratazana-preta, de orelhas grandes e desprovidas de pelo. Também tem os olhos mais pequenos e menos proeminentes que os da sua congénere. Outra característica que a distingue da ratazana-preta é o formato da cauda, visivelmente mais curta (não chega a ultrapassar o tamanho do corpo) e robusta. Corpo alongado, revestido de uma pelagem que varia entre castanho e o preto, sendo mais escura na zona dorsal do que na zona ventral. Tem membranas interdigitais entre os dedos das patas, que fazem dela uma excelente nadadora.
Nota: Trata-se de uma espécie EXÓTICA em Portugal.
Trata-se de uma espécie generalista com uma extraordinária capacidade de adaptação. Ocorre, sobretudo, em zonas urbanas e rurais, estando fortemente associada à presença humana e à disponibilidade de água. Pode ser encontrada em portos, armazéns de cereais, explorações pecuárias, sistemas de esgotos e lixeiras. Também pode ocorrer em zonas baixas e húmidas de áreas silvestres.
Trata-se de uma espécie originária do continente asiático. Encontra-se dispersa por quase todo o mundo, como resultado de introduções acidentais. Está presente no território português, pelo menos, desde o séc. XVI. Em Portugal continental ocorre um pouco por todo o território, sendo que os dados disponíveis sugerem uma ocorrência mais rara na região mais a sul do país. Também ocorre nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
> Impacte ao nível dos ecossistemas naturais (pode contribuir para a degradação da vegetação autóctone)
> Comprometimento da biodiversidade autóctone (predação de ovos de aves nativas; competição com espécies nativas como a rata-de-água)
> Impacte a nível económico (estragos em culturas agrícolas e produtos armazenados)
> Impacte a nível sanitário (é reservatório e vector de transmissão de diversas zoonoses)
Previsão do impacte das alterações climáticas sobre a área de distribuição potencial do Rattus norvegicus na Península Ibérica, até ao ano de 2080 (clicar na imagem para ver em maior resolução).
O clima futuro foi caracterizado com base em três diferentes cenários de emissões (Araújo et al., 2012):
> o BAMBU tem como base a extrapolação das políticas europeias actuais para o futuro. Prevê a adopção de algumas medidas de mitigação das alterações climáticas.
> o GRAS pressupõe que a Europa incrementa a tendência de liberalização, desregularização e globalização dos mercados. Prevê a adaptação da sociedade às alterações do clima em detrimento da sua mitigação. As políticas de sustentabilidade são consideradas um sinónimo de crescimento económico.
> o SEDG pressupõe a integração de políticas ambientais, sociais, institucionais e económicas num contexto de sustentabilidade. É um cenário normativo que parte do pressuposto que as políticas são definidas com vista à obtenção de objectivos concretos.